domingo, 27 de novembro de 2011

Pedagogia: Origem,Objeto de estudo e sujeito,Pedagogia no Brasil

Origem A palavra Pedagogia tem origem na Grécia antiga, paidós (criança) e agogé (condução). No decurso da história do Ocidente, a Pedagogia firmou-se como correlato da educação é a ciência do ensino. Entretanto, a prática educativa é um fato social, cuja origem está ligada à da própria humanidade. A compreensão do fenômeno educativo e sua intervenção intencional fez surgir um saber específico que modernamente associa-se ao termo pedagogia. Assim, a indissociabilidade entre a prática educativa e a sua teorização elevou o saber pedagógico ao nível científico. Com este caráter, o pedagogo passa a ser, de fato e de direito, investido de uma função reflexiva, investigativa e, portanto, científica do processo educativo. Autoridade que não pode ser delegada a outro profissional, pois o seu campo de estudos possui uma identidade e uma problemática própria. A história levou séculos para conferir o status de cientificidade à atividade dos pedagogos apesar de a problemática pedagógica estar presente em todas as etapas históricas a partir da Antiguidade. O termo pedagogo, como é patente, surgiu na Grécia Clássica, da palavra παιδαγωγός cujo significado etimológico é preceptor, mestre, guia, aquele que conduz; era o escravo que conduzia os meninos até o paedagogium . No entanto, o termo pedagogia, designante de um fazer escravo na Hélade, somente generalizou-se na acepção de elaboração consciente do processo educativo a partir do século XVIII, na Europa Ocidental. Atualmente, denomina-se pedagogo o profissional cuja formação é a Pedagogia, que no Brasil é uma graduação e que, por parte do MEC - Ministério da Educação e Cultura, é um curso que cuida dos assuntos relacionados à Educação por excelência, portanto se trata de uma Licenciatura, cuja grade horário-curricular atual estipulada pelo MEC confere ao pedagogo, de uma só vez, as habilitações em educação infantil, ensino fundamental, educação de jovens e adultos, coordenação educacional, gestão escolar, orientação pedagógica, pedagogia social e supervisão educacional, sendo que o pedagogo também pode, em falta de professores, lecionar as disciplinas que fazem parte do Ensino Fundamental e Médio, além se dedicar à área técnica e científica da Educação, como por exemplo, prestar assessoria educacional. Devido a sua abrangência, a Pedagogia engloba diversas disciplinas, que podem ser reunidas em três grupos básicos: disciplinas filosóficas, disciplinas científicas e disciplinas técnico-pedagógicas. [1] Objeto de estudo e sujeito O objeto de estudo do pedagogo e da pedagogia é a EDUCAÇÃO, o Processo Ensino e Aprendizagem, a ação cultural do educador em intervir e/ou de transmitir tecnicamente "o conhecimento", de forma sedutora, significativa e em comunhão com a realidade social, o perfil e a história de vida do educando, o conhecimento e a informação e a dimensão cognitiva do educando ao perceber, aprender, apreender e se apropriar de forma crítico-reflexiva do conhecimento e das informações transmitidas pela percepção pessoal de observador ou de sujeito da intervenção formativo-educativa da qual foi sujeito, a sua acomodação junto aos conhecimentos anteriormente existentes e sua capacidade de aplica-los à realidade social vivido-compartilhada enquanto ser social e cidadão. Logo, o sujeito da Pedagogia é o ser humano enquanto educando. O pedagogo não possui quanto ao seu objeto de estudo um conteúdo intrinsecamente próprio, mas um domínio próprio (a educação), e um enfoque próprio (o educacional), que lhe assegurara seu caráter científico. Como todo cientista da área sócio-humana, o pedagogo se apóia na reflexão e na prática para conhecer o seu objeto de estudo e produzir algo novo na sistemática mesma da Pedagogia. Tem ele como intuito primordial o refletir acerca dos fins últimos do fenômeno educativo e fazer a análise objetiva das condições existenciais e funcionais desse mesmo fenômeno. Apesar de o campo educativo ser lato em sua abrangência, estritamente são as práticas escolares que constituem seu enfoque principal no seu olhar epistêmico, embora a ação não-escolar venha ganhando, contemporaneamente, espaço significativo na ação e atuação do pedagogo. O objeto de estudo do pedagogo compreende os processos formativos que atuam por meio da comunicação e intercâmbio da experiência humana acumulada. Estuda a educação como prática humana e social naquilo que modifica os indivíduos e os grupos em seus estados físicos, mentais, espirituais e culturais. Portanto, o pedagogo estuda o processo de transmissão do conteúdo da mediação cultural (ensino) que se torna o patrimônio da humanidade e a realização nos sujeitos da humanização plena e o processo pelo qual a apropriação desse conteúdo ocorre (aprendizagem). No plano das ideias, o grego Platão (427-347 a.C.) foi de fato o primeiro pedagogo, não só por ter concebido um sistema educacional para o seu tempo mas, principalmente, por tê-lo integrado a uma dimensão ética e política. Para ele, o objeto da educação era a formação do homem moral, vivendo em um Estado justo. Pedagogia no Brasil O curso de Pedagogia nasce como bacharelado, na Faculdade Nacional de Filosofia na Universidade do Brasil, numa “Seção de Pedagogia”, servindo de modelo para os cursos ofertados por outras IES. O bacharelado em Pedagogia tinha a duração de três anos, com o objetivo de formar “técnicos em educação”. Entre as reformas do regime militar, a reordenação do ensino superior, decorrente da Lei 5.540/68, teve como consequência a modificação do currículo do curso de Pedagogia, fracionando-o em habilitações técnicas, para formação de especialistas, e orientando-o tendencialmente não apenas para a formação do professor do curso normal, mas também do professor de ensino infantil e fundamental em nível superior, mediante o estudo da Metodologia e Prática de Ensino de 1° Grau. Hoje a duração no Ensino Superior em Licenciatura Plena em Pedagogia é de 4 anos.

Pedagogia: Origem,Objeto de estudo e sujeito,Pedagogia no Brasil

Origem A palavra Pedagogia tem origem na Grécia antiga, paidós (criança) e agogé (condução). No decurso da história do Ocidente, a Pedagogia firmou-se como correlato da educação é a ciência do ensino. Entretanto, a prática educativa é um fato social, cuja origem está ligada à da própria humanidade. A compreensão do fenômeno educativo e sua intervenção intencional fez surgir um saber específico que modernamente associa-se ao termo pedagogia. Assim, a indissociabilidade entre a prática educativa e a sua teorização elevou o saber pedagógico ao nível científico. Com este caráter, o pedagogo passa a ser, de fato e de direito, investido de uma função reflexiva, investigativa e, portanto, científica do processo educativo. Autoridade que não pode ser delegada a outro profissional, pois o seu campo de estudos possui uma identidade e uma problemática própria. A história levou séculos para conferir o status de cientificidade à atividade dos pedagogos apesar de a problemática pedagógica estar presente em todas as etapas históricas a partir da Antiguidade. O termo pedagogo, como é patente, surgiu na Grécia Clássica, da palavra παιδαγωγός cujo significado etimológico é preceptor, mestre, guia, aquele que conduz; era o escravo que conduzia os meninos até o paedagogium . No entanto, o termo pedagogia, designante de um fazer escravo na Hélade, somente generalizou-se na acepção de elaboração consciente do processo educativo a partir do século XVIII, na Europa Ocidental. Atualmente, denomina-se pedagogo o profissional cuja formação é a Pedagogia, que no Brasil é uma graduação e que, por parte do MEC - Ministério da Educação e Cultura, é um curso que cuida dos assuntos relacionados à Educação por excelência, portanto se trata de uma Licenciatura, cuja grade horário-curricular atual estipulada pelo MEC confere ao pedagogo, de uma só vez, as habilitações em educação infantil, ensino fundamental, educação de jovens e adultos, coordenação educacional, gestão escolar, orientação pedagógica, pedagogia social e supervisão educacional, sendo que o pedagogo também pode, em falta de professores, lecionar as disciplinas que fazem parte do Ensino Fundamental e Médio, além se dedicar à área técnica e científica da Educação, como por exemplo, prestar assessoria educacional. Devido a sua abrangência, a Pedagogia engloba diversas disciplinas, que podem ser reunidas em três grupos básicos: disciplinas filosóficas, disciplinas científicas e disciplinas técnico-pedagógicas. [1] Objeto de estudo e sujeito O objeto de estudo do pedagogo e da pedagogia é a EDUCAÇÃO, o Processo Ensino e Aprendizagem, a ação cultural do educador em intervir e/ou de transmitir tecnicamente "o conhecimento", de forma sedutora, significativa e em comunhão com a realidade social, o perfil e a história de vida do educando, o conhecimento e a informação e a dimensão cognitiva do educando ao perceber, aprender, apreender e se apropriar de forma crítico-reflexiva do conhecimento e das informações transmitidas pela percepção pessoal de observador ou de sujeito da intervenção formativo-educativa da qual foi sujeito, a sua acomodação junto aos conhecimentos anteriormente existentes e sua capacidade de aplica-los à realidade social vivido-compartilhada enquanto ser social e cidadão. Logo, o sujeito da Pedagogia é o ser humano enquanto educando. O pedagogo não possui quanto ao seu objeto de estudo um conteúdo intrinsecamente próprio, mas um domínio próprio (a educação), e um enfoque próprio (o educacional), que lhe assegurara seu caráter científico. Como todo cientista da área sócio-humana, o pedagogo se apóia na reflexão e na prática para conhecer o seu objeto de estudo e produzir algo novo na sistemática mesma da Pedagogia. Tem ele como intuito primordial o refletir acerca dos fins últimos do fenômeno educativo e fazer a análise objetiva das condições existenciais e funcionais desse mesmo fenômeno. Apesar de o campo educativo ser lato em sua abrangência, estritamente são as práticas escolares que constituem seu enfoque principal no seu olhar epistêmico, embora a ação não-escolar venha ganhando, contemporaneamente, espaço significativo na ação e atuação do pedagogo. O objeto de estudo do pedagogo compreende os processos formativos que atuam por meio da comunicação e intercâmbio da experiência humana acumulada. Estuda a educação como prática humana e social naquilo que modifica os indivíduos e os grupos em seus estados físicos, mentais, espirituais e culturais. Portanto, o pedagogo estuda o processo de transmissão do conteúdo da mediação cultural (ensino) que se torna o patrimônio da humanidade e a realização nos sujeitos da humanização plena e o processo pelo qual a apropriação desse conteúdo ocorre (aprendizagem). No plano das ideias, o grego Platão (427-347 a.C.) foi de fato o primeiro pedagogo, não só por ter concebido um sistema educacional para o seu tempo mas, principalmente, por tê-lo integrado a uma dimensão ética e política. Para ele, o objeto da educação era a formação do homem moral, vivendo em um Estado justo. Pedagogia no Brasil O curso de Pedagogia nasce como bacharelado, na Faculdade Nacional de Filosofia na Universidade do Brasil, numa “Seção de Pedagogia”, servindo de modelo para os cursos ofertados por outras IES. O bacharelado em Pedagogia tinha a duração de três anos, com o objetivo de formar “técnicos em educação”. Entre as reformas do regime militar, a reordenação do ensino superior, decorrente da Lei 5.540/68, teve como consequência a modificação do currículo do curso de Pedagogia, fracionando-o em habilitações técnicas, para formação de especialistas, e orientando-o tendencialmente não apenas para a formação do professor do curso normal, mas também do professor de ensino infantil e fundamental em nível superior, mediante o estudo da Metodologia e Prática de Ensino de 1° Grau. Hoje a duração no Ensino Superior em Licenciatura Plena em Pedagogia é de 4 anos.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O que é arte Educação

Arte-educação ou ensino de Arte é a educação que oportuniza ao indivíduo o acesso à Arte como linguagem expressiva e forma de conhecimento. Sala de ensino, 1820. Desenho de criança. A educação em arte, assim como a educação geral e plena do indivíduo, acontece na sociedade de duas formas: * assistematicamente através dos meios de comunicação de massa e das manifestações não institucionalizadas da cultura, como as relacionadas ao folclore (entendido como manifestação viva e em mutação, não limitado apenas à preservação de tradições); * e sistematicamente na escola ou em outras instituições de ensino. A arte-educação tem um objetivo maior que a formação de profissionais dedicados a esta área de conhecimento, no âmbito da escola regular busca oferecer aos indivíduos condições para que compreenda o que ocorre no plano da expressão e no plano do significado ao interagir com as Artes, permitindo sua inserção social de maneira mais ampla[1]. No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394/96) estabeleceu em seu artigo 26, parágrafo 2º que: * "O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos". * "A arte é um patrimônio cultural da humanidade, e todo ser humano tem direito ao acesso a esse saber" De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana:o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas,pela natureza e nas diferentes culturas.(PCN- Arte-1997)

O papel do facilitador em processos de desenvolvimento social

O papel do facilitador em processos de desenvolvimento social por Raniere Pontes de Souza* "Acredito que para podermos intervir em um processo de desenvolvimento social é necessário, mais do que conhecer, compreender de forma comprometida. É necessário desenvolver com o grupo com o qual se vai atuar uma postura generosa e aberta, que propicie um mútuo acolhimento para que, juntos, facilitador e grupo, componham um trabalho" O presente texto tem por finalidade discutir o papel do facilitador em processos de desenvolvimento social. Por vezes, durante a minha prática profissional, fui confrontado com a necessidade de assumir esse ou aquele papel, de agir dessa ou daquela forma, segundo os mais precisos argumentos técnicos, o que me incomodava – e ainda incomoda – muito. Por isso, para amadurecer minha prática, continuamente me faço perguntas como: Qual o papel de um facilitador?; Quais são suas qualidades e que posturas deve ter?; O que se espera desse profissional? Ao facilitador de processos de desenvolvimento social cabe a tarefa de compreender os sentimentos do grupo com o qual trabalha, aceitá-los e construir a partir deles. Esta é uma das maneiras de garantir a legitimidade dos processos de intervenção em desenvolvimento social. Uma atitude de profundo compromisso e respeito se manifesta a partir da aceitação do outro como um indivíduo que tem o direito de ser e pensar diferente do próprio facilitador e de seus pares no grupo. Criando um ambiente em que cada um se sinta livre para falar e pensar de forma diferente, o facilitador ajuda o grupo a desenvolver, também, essa atitude, essencial para que o grupo, como ser coletivo, expresse suas vontades e desejos de realizar. Propiciar que nesse ambiente os distintos atores tenham possibilidade de trazer respostas ainda não acabadas – quase “projetos de respostas” – contribui para que todos se sintam autores da “resposta” formulada pelo grupo. FACILITADOR, SEMPRE QUESTIONADOR "Nada é mais perigoso que falar e ter razão. É preciso idolatrar o silêncio e a dúvida." Todorov “O exercício do silêncio é tão importante quanto a prática da palavra.” William James No Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa2 encontramos a definição de facilitador como aquele que quer ou pretende facilitar algo ou alguma coisa. Fazendo um exercício de olhar para essa definição sob outra perspectiva, podemos ressignificá-la. O facilitador pode, por exemplo, ajudar o grupo a compreender a complexidade dos processos em que está envolvido, construindo um ambiente de dúvida, ou de aparente ausência de resposta, o que torna o processo em oportunidade de aprendizado. Na facilitação, o espaço da dúvida é extremamente valioso, pois nele há possibilidade do grupo se debruçar sobre as questões que permeiam a situação com a qual se defronta de forma investigativa. O importante é saber fazer as perguntas certas. A resposta pronta, nesse caso, limita e empobrece a criação de alternativas. Neste momento, o silêncio é também um fator primordial e a ele deve ser dado o devido tempo, para que as pessoas possam processar as perguntas feitas frente à questão principal. Saber formular as questões certas é uma arte. Dominar essa arte é uma magia que todo ser humano deveria buscar. Deveríamos nos preocupar mais em descobrir quais são as perguntas realmente importantes, do que ficar em uma interminável verborréia. PAPÉIS DE UM FACILITADOR Alguns papéis podem ser observados de acordo com a postura que o facilitador assume em diferentes momentos. Ele pode ser aquele que aprende, aquele que ensina ou aquele que media os diferentes conhecimentos, colocando-se como um indivíduo atuante, ouvinte, como alguém que está prestes a aprender a partir da observação da experiência. Só então está na posição de poder interagir em um processo. FACILITADOR - PARTICIPANTE Aqui o facilitador se coloca como aquele que se importa com aquilo que o grupo está vivenciando, como aquele que estabelece uma relação sincera. O exercício mais difícil nesse momento é reconhecer o saber desse grupo, já que no grupo existe uma sabedoria, uma vivência pela qual o facilitador não passou. Isso o habilita a perguntar ao grupo o que está se movendo entre eles, que movimento está permeando aquela situação, qual seria o movimento natural que aquele grupo necessita empreender. É uma compreensão empática, o que é mais do que simplesmente entender: é investigar a fundo, é realmente se colocar como pertencente a este momento e a esse grupo sem, no entanto, tomar para si a responsabilidade da resposta, da solução. Essas provêm da reflexão-ação-reflexão de todo o grupo. Fazer parte da solução é desenvolver empatia tamanha que o leve a compreender aquilo que vive no grupo, o modo como o outro percebe os acontecimentos e como expressa suas idéias e seus sentimentos. FACILITADOR - APRENDIZ Facilitar um processo é ter a capacidade de se colocar como parte dele, ou seja, não existe possibilidade de interagir em um processo se não nos reconhecermos como parte dele. O facilitador aprendiz é aquele que não traz as repostas prontas, mas prima pela troca de experiências, histórias, vivências e reflexões que cada um traz ao grupo. O papel de facilitador vai além daquele de ensinar: é mais do que transmitir conhecimentos. Ele não está fora do processo; ao contrário, se coloca, se enxerga, se dispõe como alguém que também está aprendendo com o processo. E com isso o facilitador-aprendiz reaprende a sua própria prática a cada encontro. FACILITADOR - EDUCADOR “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” Cora Coralina O facilitador é um educador dentro do conceito construtivista: na verdade, mais que um papel, trata-se de uma postura. Uma de suas atribuições é ajudar o grupo a perceber e compreender os diferentes elementos que compõem o movimento do grupo. Para que as pessoas que participam de um processo de intervenção possam aprender é necessário que o profissional assuma uma postura de um facilitador do processo de aprendizado e não de um “professor” que simplesmente transfere o seu conhecimento. Essa prática estimula o grupo a buscar o autoconhecimento e a abrir-se ao conhecimento externo. Acredito na relevância do grupo identificar as suas qualidades e características individuais e coletivas, pois elas são a mola propulsora que dá vida à organização da qual faz parte. Carl Rogers diz que o facilitador é como um mestre que estabelece um clima positivo construído coletivamente pelos laços de confiança em relação ao grupo e a cada pessoa que o compõe. E, ser um facilitador, é reconhecer-se dentro do processo e reconhecer as próprias limitações. É ser, no momento da facilitação, ele mesmo, ente que faz a diferença dentro do grupo. Muito diverso de ser aquele que concentra o saber, o facilitador reconhece que o saber está adormecido no grupo e atua como aquele que toca uma trombeta para acordar um exército, despertando o saber do grupo. FACILITADOR - MEDIADOR O facilitador-mediador é aquele que estabelece pontes entre os saberes e vivências do grupo e os saberes externos, como as diferentes teorias e técnicas desenvolvidas pela humanidade. Ele aproveita e aproxima as histórias e experiências de outros grupos, por diversos meios como os estudos de caso, tornando-se um catalisador de idéias e ajudando o grupo a tecer e a ampliar a sua rede de conhecimento. A PRIORIDADE DO PROCESSO A facilitação de processos de desenvolvimento deve prezar prioritariamente as qualidades das relações interpessoais e pela promoção da confiança mútua entre o profissional e o grupo. Por isso, o facilitador é um elemento fundamental para garantir a coesão do grupo e do processo que está conduzindo. Nesse sentido, o facilitador é aquele que ajuda o grupo a enxergar o movimento que permeia o processo, a perceber o fio condutor da situação. Ele, então, se assemelha àquele que prepara uma mesa e convida cada participante a trazer seus saberes e sabores para que, juntos, componham um banquete. Nessa mesa nesse momento, todos os pratos são pratos principais e merecem ser degustados com prazer, coletivamente. CONCLUINDO Ser facilitador de processos de desenvolvimento é mais do que ser alguém em que se percebe uma soma aleatória de qualidades e habilidades. Tornar-se um facilitador requer o exercício contínuo e consciente de conciliação dessas diferentes qualidades e a coragem de reconhecer e superar as próprias limitações. Exige que se articule coerência, eficiência e gentileza, sem o que é pouco provável que se dê conta da complexidade envolvida em qualquer processo de desenvolvimento individual (inclusive o do próprio facilitador) e do grupo. O facilitador estará desempenhando em profundidade o seu papel ao promover a aproximação dos envolvidos, a redução dos ruídos na comunicação, a clarificação das idéias e a diminuição das ambigüidades. Com isso é potencializado o que há de mais profundo nos seres humanos: os sentimentos e desejos, tornados propulsores de ações concretas para mudança e transformação social. ------------------------------ 1 - Este texto é o fruto de reflexões realizadas durante um ano, junto a outros profissionais e facilitadores. A intenção não é esgotar o assunto e nem apontar respostas exatas, mas compartilhar e gerar novas reflexões. 2- Ferreira, Aurélio. Novo dicionário da língua portuguesa. 2. ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1999. p. 751 * Raniere Pontes de Sousa, 29 anos, é Pedagogo e Gestor de Organizações do Terceiro Setor, atua há quase 10 anos como assessor técnico de projetos sociais na ONG Visão Mundial, e trabalha no Terceiro Setor há 14 anos.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Folha Amassada

Folha amassada Quando eu era criança, por ser muito impulsivo, tinha raiva de qualquer coisa. Na maioria das vezes, depois desses incidentes me sentia envergonhado e me esforçava para consolar a quem eu tinha magoado. Um dia meu professor me viu pedindo desculpas, depois de uma explosão de raiva e entregou-me uma folha de papel lisa e disse: Amasse-a! Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha. O professor me disse novamente: agora a deixe como estava antes. Óbvio que não pude deixá-la como antes. Pôr mais que tentasse, o papel continuava cheio de pregas. O professor me disse o coração das pessoas é como esse papel. A impressão que deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados. Assim, aprendi a ser, mas compreensivo e mais paciente. Quando sinto vontade de estourar, lembro daquele papel amassado. A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar. Quando magoamos alguém com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais... Alguém já me disse uma vez: “fale somente quanto suas palavras possam ser tão suaves como o silêncio. Mas não deixe de falar, por medo da reação do outro. Acredite principalmente em seus sentimentos!”. Seremos sempre responsáveis pelos nossos atos. Por: Delmoreno

terça-feira, 29 de março de 2011

O que é Pedagogia?

Pedagogia Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Pedagogia é a ciência da educação. Segundo LUAIZA,B.A a aplicação dos conhecimentos produzidos a partir das pesquisas científicas nesta área permitem o desenvolvimento da tecnologia pedagógica cujo objetivo é o desenvolvimento de serviços científico-técnicos que permitem a reflexão, ordenação, a sistematização e a crítica do próprio processo pedagógico, do processo educacional e do processo educativo.Não obstante, se utiliza a palavra em diversos outros contextos com referencia a seu objeto de estudo, exemplo: Curso de Pedagogia, Pedagogia do oprimido, etc.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Aprendendo a pensar

A maioria das aulas que tive foi expositiva. Um professor, normalmente mal pago e por isso mal-humorado, falava horas a fio, andando para lá e para cá. Parecia mais preocupado em lembrar a ordem exata de suas idéias do que em observar se estávamos entendendo o assunto ou não. Ensinavam as capitais do mundo, o nome dos ossos, dos elementos químicos, como calcular o ângulo de um triângulo e muitas outras informações que nunca usei na vida. Nossa obrigação era anotar o que o professor dizia e na prova final tínhamos de repetir o que havia sido dito. A prova final de uma escola brasileira perguntava recentemente se o país ao norte do Uzbequistão era o Cazaquistão ou o Tadjiquistão. Perguntava também o número de prótons do ferro. E ai de quem não soubesse todos os afluentes do Amazonas. Aprendi poucas coisas que uso até hoje. Teriam sido mais úteis aulas de culinária, nutrição e primeiros socorros do que latim, trigonometria e teoria dos conjuntos. Curiosamente não ensinamos nossos jovens a pensar. Gastamos horas e horas ensinando como os outros pensam ou como os outros solucionaram os problemas de sua época, mas não ensinamos nossos filhos a resolver os próprios problemas. Ensinamos como Keynes, Kaldor e Kalecki, economistas já falecidos, acharam soluções para um mundo sem computador nem internet. De tanto ensinar como os outros pensavam, quando aparece um problema novo no Brasil buscamos respostas antigas criadas no exterior. Nossos economistas implantaram no Brasil uma teoria americana de "inflation targeting", como se os americanos fossem os grandes especialistas em inflação, e não nós, com os quarenta anos de experiência que temos. Deu no que está aí. De tanto estudar o que intelectuais estrangeiros pensam, não aprendemos a pensar. Pior, não acreditamos nos poucos brasileiros que pensam e pesquisam a realidade brasileira nem os ouvimos. Especialmente se eles ainda estiverem vivos. É sandice acreditar que intelectuais já mortos, que pensaram e resolveram os problemas de sua época, solucionarão problemas de hoje, que nem sequer imaginaram. Raramente ensinamos os nossos filhos a resolver problemas, a não ser algumas questões de matemática, que normalmente devem ser respondidas exatamente da forma e na seqüência que o professor quer. Matemática, estatística, exposição de idéias e português obviamente são conhecimentos necessários, mas eu classificaria essas matérias como ferramentas para a solução de problemas, ferramentas que ajudam a pensar. Ou seja, elas são um meio, e não o objetivo do ensino. Considerar que o aluno está formado, simplesmente por ele ter sido capaz de repetir os feitos intelectuais das velhas gerações, é fugir da realidade. Num mundo em que se fala de "mudanças constantes", em que "nada será o mesmo", em que o volume de informações "dobra a cada dezoito meses", fica óbvio que ensinar fatos e teorias do passado se torna inútil e até contraproducente. No dia em que os alunos se formarem, mais de dois terços do que aprenderam estarão obsoletos. Sempre teremos problemas novos pela frente. Como iremos enfrentá-los depois de formados? Isso ninguém ensina. Existem dezenas de cursos revolucionários que ensinam a pensar, mas que poucas escolas estão utilizando. São cursos que analisam problemas, incentivam a observação de dados originais e a discussão de alternativas, mas são poucas as escolas ou os professores no Brasil treinados nesse método do estudo de caso. Talvez por isso o Brasil não resolva seus inúmeros problemas. Talvez por isso estejamos acumulando problema após problema sem conseguir achar uma solução. Na próxima vez em que seu professor começar a andar de um lado para o outro, pense no que você está perdendo. Poderia estar aprendendo a pensar. Stephen Kanitz é administrador (www.kanitz.com.br) Artigo Publicado na Revista Veja, Editora Abril, edição 1763, ano 35, nº 31, 7 de agosto de 2002, página 20.